Um dos maiores desejos, quando se fala de resultado estético, é uma barriga no estilo tanquinho. Porém, esse objetivo não é tão simples assim de ser atingido, principalmente nos dias de hoje em que o ser humano tem acesso a alimentos muito calóricos de forma facilitada e um estilo de vida pouco ativo.
Fomos geneticamente desenhados para sermos ativos e ingerir uma quantidade de alimentos relativamente baixa, e para que os nossos ancestrais pudessem sobreviver ao longo período de jejum, o corpo armazena energia em forma de gordura (Gentil, 2014).
Mesmo com a mudança no estilo de vida, esse padrão de estoque de energia ainda permanece o mesmo. Além disso, cada pessoa tem uma forma própria de distribuição do tecido adiposo. Umas pessoas armazenam mais gordura no tronco, quando outras possuem mais gordura nos membros inferiores, por exemplo.
É importante destacar que são variadas as causas do sobrepeso e obesidade, como ansiedade, excesso alimentar, gestação, uso de anticoncepcional, hereditariedade e motivos diversos (Porto et Al, 2002).
Quais os melhores exercícios para conseguir o abdômen tanquinho?
Falando de uma barriga sarada ou abdômen tanquinho, primeiro é necessário reduzir a capa de gordura que fica na frente do nosso abdômen para que os músculos fiquem mais aparentes. Além disso, é muito importante destacar que o nosso corpo não escolhe de onde ele vai retirar a gordura, e que o processo de emagrecimento, para ser duradouro e saudável deve ser sistematizado, e realizado com o acompanhamento de profissionais da saúde, como Nutricionistas e Profissionais de Educação Física.
Pesquisadores da área do emagrecimento, investigaram diversas abordagens, e ao analisar os processos fisiológicos dos diversos tipos de treino e seus resultados práticos, é possível concluir que a melhor opção são os treinos intensos, especialmente os intervalados. Esses treinos produzem alterações mais positivas para pessoas que desejam reduzir a quantidade de gordura corporal a longo prazo.
Chama no HIIT!
Um tipo de treinamento que está ficando cada vez mais popular é o HIIT, sigla em inglês de High Intensity Interval Training, que significa Treinamento Intervalado de Alta Intensidade. Os protocolos de treino consistem em estímulos realizados próximos à intensidade associada ao VO2máx (IVO2máx), intercalados por períodos de repouso passivo ou ativos, mas em uma intensidade bem baixa.
A principal explicação para a maior eficiência dos Treinamentos Intervalados de Alta Intensidade no emagrecimento é o aumento no gasto energético pós exercício, que está relacionado ao consumo excessivo de oxigênio pós-exercício, comumente conhecido pela sigla em inglês EPOC (excess postexercise oxygen consumption). Esta elevação do consumo de oxigênio é proporcional à intensidade e à duração da atividade, sendo a intensidade o seu principal determinante (Yoshioka, 2001).
Os protocolos de treinos são recomendados de acordo com o nível de atividade do praticante, mas podem ser realizado na corrida, natação, ciclismo e exercícios funcionais. O mais importante é garantir que os estímulos serão intensos, de acordo com o condicionamento físico de cada aluno, e essa intensidade pode ser acompanhada pela Frequência Cardíaca, e até por uma escala de percepção subjetiva de esforço.
Alguns protocolos:
- TABATA: 8 séries de 20s de estímulo, com 10s de intervalo de descanso entre os estímulos.
- GIBALA: 10 séries de 1 min de estímulo, com 1 min de intervalo de descanso entre os estímulos.
- TRAPP: 20 séries de 24s de estímulo, com 36s de intervalo de descanso entre os estímulos.
Portanto, para uma abdômen tanquinho, o primeiro passo é praticar exercícios que favoreçam o emagrecimento. Mas você pode, e deve continuar fazendo exercícios que fortalecem o abdômen, para os benefícios de uma melhor postura, proteção da coluna, e melhor execução dos movimentos, é só não esperar que a sua barriga vá diminuir por isso.
Referências Bibliográficas:
Gentil, Paulo. Emagrecimento: Quebrando Mitos e Mudando Paradigmas (2014). Kindle Edition.
Gibala MJ & Jones AM. (2013). Physiological and performance adaptations to high-intensity interval training. Nestle Nutr Inst Workshop Ser 76, 51-60.
Porto MCV, Brito IC, Cala ADF, Amoras M, Villela NB & Araújo LMB. (2002). Perfil do obeso classe III do ambulatório de obesidade de um hospital universitário de Salvador, Bahia. Arq Bras Endocrinol Metab 46, 668-673.
Tabata I, Irisawa K, Kouzaki M, Nishimura K, Ogita F & Miyachi M. (1997). Metabolic profile of high intensity intermittent exercises. Med Sci Sports Exerc 29, 390-395.
Trapp EG, Chisholm DJ, Freund J & Boutcher SH. (2008). The effects of high-intensity intermittent exercise training on fat loss and fasting insulin levels of young women. Int J Obes (Lond) 32, 684-691.
Yoshioka M, Doucet E, St-Pierre S, Almeras N, Richard D, Labrie A, Despres JP, Bouchard C & Tremblay A. (2001). Impact of high-intensity exercise on energy expenditure, lipid oxidation and body fatness. Int J Obes Relat Metab Disord 25, 332-339.